No sábado (14) e domingo (15), duas sessões marcam a estreia da Cia Báquicos de
“Palhaços”, do autor Timochenco Wehbi, apresenta um diálogo travado nos bastidores de um velho circo entre um palhaço e um fã que invade o camarim após a sessão, levando os limites que separam representação e realidade às mais inusitadas revelações. O que deveria ser mais um número, transforma-se num jogo tragicômico e surpreendente, no qual o artista desconstrói os sonhos mais puros e os desejos mais pérfidos de seu fã.
Assim, a partir de uma linguagem realista, o espetáculo resgata o velho circo através de elementos que remetem ao mambembe e à poética circense, buscando levar o público a uma íntima experiência estética e teatral.
O espetáculo, cuja produção e realização têm o apoio da Secretaria Municipal de
O êxito da oficina gerou a criação da Cia. Báquicos de Teatro, que conta com atores adamantinenses e com a direção de Tiago Casado, buscando um fazer teatral com base na investigação e na experiência coletiva, cujo objetivo se volta para a aproximação entre arte e pensamento.
Hoje, a Cia. Báquicos tem autorização da SBAT (Sociedade Brasileira de Autores), para a montagem do texto de Timochenco Wehbi. A trilha sonora do espetáculo foi criada pelo diretor de teatro Luiz Zaniboni, que também deu colaboração técnica na fase de produção.
Sociedade-palco
O dietor Tiago Casado dá mais detalhamento sobre o contexto do espetáculo. “Palhaços é um apelo. Traz à tona uma reflexão iminente e ainda atual acerca dos valores que conduzem a sociedade e dos ideais que nos lançam para onde supostamente deveríamos ir. Os conflitos apresentados são aparentemente comuns, no entanto, nos levam a perceber que as diferentes formas com que encaramos a realidade ou a mascaramos faz com que sejamos o que somos, ou seja, nos levam a interpretar determinados papéis diante da sociedade, conscientes disso ou não”, diz.
Ainda segundo Tiago, tudo decorre das escolhas feitas e até mesmo da falta delas, o que, para ele, é pior. “Somos conscientes de que desempenhamos papéis? Se somos, por qual sentido o fazemos? Se não somos, o que não nos permite enxergar tal condição? Não sabemos se há respostas precisas. Mas sabemos que há os papéis, há os indivíduos-atores e há uma sociedade-palco que sempre espera por um espetáculo novo, atraente, que agrade, que extasie. E esse script muitas vezes é imposto por uma mídia vendida e montada para que sejamos produtos de mercado. Isso pode nos surpreender à medida que deixamos de nos sentir espectadores e passamos a nos perceber como protagonistas desse palco”, completa o diretor.
Texto foi escrito em 74
Timochenco Wehbi nasceu na cidade de Presidente Prudente em 1943 e fez carreira
Através de uma dramaturgia construída sobre personagens densas, surpreendidas em momentos de solidão e memória e cuja impotência ante o mundo real as fazem sucumbir, o autor Timochenco Wehbi conduz suas obras às mais obscuras zonas que interligam o real e o imaginário, a partir de uma linguagem predominantemente realista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participou? Comente!