segunda-feira, 8 de junho de 2009

Circuito Cultural traz “Pedreira das Almas” com Grupo das Dores


No próximo domingo (14), dentro da programação do 60º Aniversário de Adamantina, a cidade recebe pelo Circuito Cultural Paulista o espetáculo Pedreira das Almas, com o Grupo das Dores de Teatro. A atração é indicada para público a partir de 10 anos e acontece às 20h30, no anfiteatro da biblioteca municipal, com entrada franca, numa realização da Secretaria de Estado da Cultura, com produção da APAA – Associação Paulista dos Amigos da Arte e co-produção da Secretaria Municipal de Cultura de Adamantina.

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No espetáculo, o Grupo Das Dores de Teatro retrata o período do esgotamento da exploração aurífera em Minas Gerais e a volta dos que haviam ido atrás do ouro. Fala sobre a formação do estado de São Paulo. Passa-se durante a Revolução Liberal, de 1842, que foi esmagada pelo, então, Barão de Caxias. Esse movimento, ocorrido pouco depois de proclamada a maioridade de D. Pedro II, teve como heróis Teófilo Otoni, comandante das forças mineiras e Tobias de Aguiar, comandante das forças paulistas.

 

A peça mostra, através de Dona Urbana, valores como a permanência, a perseverança, a preservação da memória, a honestidade, o empenho à palavra dada, a honradez. Valores que são caros e tão em falta no Brasil de hoje. O aspecto que mais interessa na peça é a desobediência civil contra um sistema injusto. É a resistência individual praticada no dia a dia. A peça é uma releitura de Antígona, de Sófocles, e vai de encontro com toda a linguagem que o Grupo Das Dores vem desenvolvendo.

 

“Pedreira das Almas” é uma das peças mais contemporâneas de Jorge Andrade, pois se situa, além do realismo, em uma atmosfera fortemente simbólica. Andrade é considerado um clássico da dramaturgia moderna e objeto de diversas teses acadêmicas e ensaios que investigam aspectos inovadores de sua grande e diversificada obra.

 

A montagem com o Grupo das Dores tem direção de Brian Penido Ross, professor do Curso Superior de Teatro da Universidade Anhembi Morumbi. Ele vem desenvolvendo, nas salas de ensaios da universidade, uma pesquisa unindo textos brasileiros a técnicas de teatro contemporâneo, sobretudo com clara influência de Grotowski. Foram ensaiadas e apresentadas, dentro do espaço da universidade: O Homem do Princípio Ao Fim; Senhora dos Afogados; Bonitinha, mas ordinária e Ensaio sobre Dorotéia.

 

Com o intuito de levar ao público paulistano, de forma profissional, o fruto desta pesquisa, fundou-se, em março de 2006, um novo núcleo de pesquisa teatral, o Grupo Das Dores, ligado à Cooperativa Paulista de Teatro. A opção por um teatro de grupo foi natural, tendo em vista os 25 anos de atividade do diretor no grupo TAPA.

 

Como primeira montagem escolheu-se Dorotéia. Os ensaios começaram em agosto de 2005 e em novembro de 2006 fomos contemplados no edital PAC (da Secretaria Estadual de Cultura), viabilizando finalmente, a estréia do espetáculo no Viga Espaço Cênico em 20 de janeiro de 2007 — 1 ano e meio depois.

 

Desde fevereiro de 2008 o Das Dores pesquisa, estuda e ensaia Pedreira das Almas, de Jorge Andrade. O grupo tem 15 atores, 1 diretor, 1 diretor musical e 1 preparador vocal, que se encontram 20 horas por semana nas salas de ensaios da universidade.

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